COMO MONTAR ARQUIVO DE BATIMETRIA E
RUGOSIDADE EQUIVALENTE:
A modelagem digital do terreno é composta pela malha, onde as coordenadas (x, y) dos nós são definidas. Além das (x, y), é necessário informar para cada nó a posição do fundo e sua rugosidade equivalente. A posição do fundo em cada nó é dada pela cota batimétrica (h), definida como o negativo da cota altimétrica (z). Deste modo a posição do fundo de cada nó da malha é dada por (x, y, h), sendo h = –z.
Em regiões costeiras, é usual se obter dados de batimetria de cartas náuticas. Em corpos de água continentais, pode-se conseguir mapas de cotas de fundo ou similar. Se os dados batimétricos não estiverem disponíveis em tabelas com valores (x, y, h) ou (x, y, z), o usuário deverá extrair os dados dos mapas por digitalização, gerando assim uma tabela de dados. Para importar no SisBaHiA® a tabela deverá estar em um arquivo em formato texto, com os dados de batimetria no.
As cartas náuticas brasileiras podem ser baixadas do Banco de Dados da Marinha do Brasil, no site http://www.mar.mil.br/dhn/chm/box-cartas-nauticas/cartas.html. Os formatos disponibilizados podem ser Cartas Raster (formato NOAA-BSB) e GeoTIFF. Os arquivos das cartas em GeoTIFF são prontos para utilizar no Surfer, mas são arquivos grandes (~100 MB). Os arquivos das cartas Raster (BSB KAP) são pequenas (~2 MB), mas precisam ser convertidos para um formato compatível com o Surfer (.tiff), como explicado abaixo.
Para usar diretamente o GeoTIFF no Surfer deve-se adicionar a carta náutica como um ‘New Base Map’, que virá sem a configuração do sistema de coordenadas. Basta atribuir o sistema de coordenadas desejado conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1. Atribuindo sistema de coordenadas à carta náutica em .GeoTIFF no Surfer.
Para converter cartas Raster (.BSB) para .tiff, pode-se usar o NOAA Chart Reprojector, disponível em https://coast.noaa.gov/digitalcoast/tools/chartreprojector.html. Após a conversão deve-se importar a carta náutica no Surfer como um ‘New Base Map’ e já estará com o sistema de coordenadas escolhido no conversor.
Figura 2 Interface do conversor da NOAA de .bsb para .tiff de cartas náuticas.
Se houver disponibilidade de dado medido, deve-se verificar a compatibilidade de escalas, referência de nível e sistema de coordenada entre o dado e os mapas e contornos.
A carta contendo a batimetria poderá ser digitalizada nos programas Surfer, Grapher ou outro, devendo o usuário estar atento a escala e as coordenadas.
Outros meios para escalar cartas ou mapas estão descritos na página Definição de Contornos e Mapa Base.
Estando a carta no sistema de coordenadas correto, o usuário poderá iniciar a digitalização. Vamos usar um exemplo genérico com a carta de Fernando de Noronha. No programa Surfer, o usuário deverá acionar o menu Map – Digitize, como indicado na Figura 4. Surgirá na tela a caixa de diálogo ‘Digitized Coordinates.bln’, onde aparecerão as coordenadas x e y dos pontos digitalizados.
Para ter a cota do ponto (coordenada z), o usuário deverá, ao fim de cada linha do arquivo digitar a cota daquele ponto, coordenada z (Figura 5).
Dica: inicie digitalizando as isolinhas, no exemplo fizemos a isolinha de 1000m de profundidade, depois basta copiar os pontos em uma tabela de Excel para poder atribuir mais facilmente a cota, igual para todos os pontos. Depois os pontos individuais podem ser digitalizados e o usuário deve ao fim de cada linha digitar a cota daquele ponto.
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Figura 4: Menu Map – Digitize do programa Surfer. |
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Figura 5: Arquivo digit.bln com coordenadas x, y e z. |
Ao fim da digitalização dos pontos com batimetria conhecida, o usuário deve salvar o arquivo, que deve conter as colunas X / Y / Z. Se as cotas foram atribuídas diretamente na caixa ‘Digitized Coordinates.bln’, selecionar Save As para salvar o arquivo com a extensão *.dat. Ou adiciona-se todos os pontos em uma mesma planilha de Excel e Está pronto o arquivo de batimetria, nos formatos .xls, .dat, ou .txt para ser importado pelo SisBaHiA®.
Com o arquivo de batimetria pronto, o mesmo deve ser feito para a rugosidade. Tendo um mapa de composição de sedimento de fundo do local a ser modelado, o procedimento deve ser o mesmo da batimetria. O arquivo então, terá o mesmo formato da batimetria, porém com a coluna Z sendo atribuída a rugosidade de fundo. A tabela de equivalência de valores de rugosidade com a composição do sedimento de fundo está disponível na Referência técnica do SisBaHiA®.
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Última
revisão: 03/05/2017